A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI), por meio da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, realizou, nesta segunda-feira (02/05), o seminário “Narrativas em Disputa – Quem Conta Essa História?”, em parceria com a Escola Superior de Advocacia do Piauí (ESA-PI) e a Universidade Estadual do Piauí (UESPI). A iniciativa contou ainda com o apoio de diversas comissões temáticas da OAB-PI.
Com o tema central “Mídia, Movimentos Sociais e Resistência”, o evento teve como objetivo promover uma reflexão crítica sobre os desafios da construção de narrativas comprometidas com os direitos humanos, a pluralidade de vozes e a justiça social. A programação reuniu profissionais da comunicação, representantes de movimentos sociais, pesquisadores, integrantes do sistema de justiça, além de defensoras e defensores de direitos humanos.
Programação
A programação do evento foi organizada em dois painéis temáticos, que buscaram aprofundar o debate sobre os desafios contemporâneos da comunicação na perspectiva dos direitos humanos.
O primeiro painel, com o tema “Direito à (in)visibilidade: quem aparece, quem cala, quem mostra?”, contou com a mediação da professora Ohana Luíze (UESPI/UFPI). Participaram como debatedores: Célia Teixeira, representante da Frente Estadual pelo Desencarceramento no Piauí, que abordou os processos de visibilidade seletiva e o apagamento das lutas por justiça; Luan Santana, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (PPGCOM/UFC), que discutiu a autonomia midiática dos movimentos sociais; Mabel Dias, do Coletivo Intervozes, que participou de forma virtual com reflexões sobre mídia e direitos humanos; e Rosemary Farias, pesquisadora em gênero, defensora popular e secretária-geral da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PI.
O segundo painel, com o tema “Postar ou proteger? A exposição da dor, redes sociais e o sensacionalismo como prática institucional”, teve mediação da professora Diana Rufino (UESPI). Os debates foram conduzidos por Mariana Moura, advogada da OAB/PI e OAB/CE, integrante da equipe que elaborou o Dossiê Esperança Garcia e professora da UESPI; Dr. Marcos Carcará, promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial no Tribunal Popular do Júri (2021–2025); Karla Andrade, defensora pública estadual com atuação no Tribunal do Júri; e Ana Lúcia Gonçalves, vice-presidente da Comissão de Políticas Públicas sobre Drogas e integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PI.
Reflexões e compromisso institucional
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PI, advogada Jéssica Lima, destacou a importância do evento. “Iniciativas como esta reforçam o compromisso com a defesa intransigente dos direitos humanos, da democracia e da justiça social, por meio da educação e da integração com outras áreas do conhecimento, pois a construção de uma cultura de paz exige interdisciplinaridade”, afirmou.
O seminário proporcionou um espaço de escuta qualificada, diálogo interinstitucional e construção coletiva de análises sobre os impactos da comunicação na defesa de direitos, no enfrentamento às violências e na promoção de narrativas que valorizem a dignidade humana.