A Comissão de Justiça Restaurativa e Direito Sistêmico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Piauí, promoveu, no último sábado (17/08), um Círculo Restaurativo em alusão ao Dia dos Pais na Associação Nova Criatura.

Um círculo restaurativo é um encontro que pode ser usado para resolver conflitos, apoiar vítimas de delitos ou construir a paz. É uma forma de praticar a Justiça Restaurativa que é uma abordagem centrada na reparação dos danos e na restauração das relações ao invés de focar exclusivamente na punição. Essa técnica é utilizada e recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Para a Advogada Gillianne Almeida, Presidente da Comissão de Justiça Restaurativa e Direito Sistêmico da OAB-PI, o papel da Comissão é realizar uma transformação no pessoal e social que vá além da simples recuperação, mas que também promova uma transformação tanto no indivíduo quanto na comunidade. “Nós estamos trabalhando em um esforço contínuo de orientar a sociedade sobre seus reais direitos que lhe competem. Esse é o dever da advocacia, promover a cidadania na busca da Justiça Social, transformando possibilidades em realizações para construção de valores, restauração solidária e inclusão social.”, conta.

“A participação efetiva dos membros da Comissão foi realizada de forma que a Empatia e a Compreensão sobre o Círculo Restaurativo promovesse um ambiente onde os acolhidos pudessem compartilhar suas histórias e dialogar para solucionar seus conflitos. Assim permitindo que eles tivessem uma percepção inclusiva e que não estão sozinhos em suas lutas, fortalecendo a coesão do grupo.”, explica a Advogada Gillianne Almeida.

O círculo restaurativo teve como objetivo acolher pessoas que estão em tratamento de vícios em álcool e drogas no Centro de tratamento de dependência química, Associação Nova Criatura. 

A Advogada Ailane Rodrigues, Secretária Adjunta da Comissão de Justiça Restaurativa, conta que, ao participar de um círculo restaurativo, os indivíduos são encorajados a assumir a responsabilidade por suas ações de uma maneira que é menos punitiva e mais construtiva. “Isso pode ser muito poderoso na recuperação, pois transforma a culpa em uma oportunidade de crescimento pessoal.” ressalta.

Segundo o facilitador do círculo e membro da Comissão, Lindomar Sousa, “a Justiça restaurativa oferece um espaço para reconhecer esses danos, promover o diálogo e buscar formas de repará-los, o que é um passo importante na reconstrução de suas vidas, e  sente-se feliz em colaborar com sociedade junto com a Comissão.” pontua.

A Associação Nova Criatura lida com pessoas em situação de dependência química e que enfrentam a marginalização e perda de seus direitos sociais. A Presidente da Associação, Lucileia Bastos, ressaltou que, através da Justiça Restaurativa, existe um esforço consciente para reintegrar esses indivíduos como cidadãos plenos e capazes de contribuir positivamente para a sociedade.

A Comissão de Justiça Restaurativa e Direito Sistêmico da OAB PI vem cumprindo seu papel em permitir que os acolhidos não só se recuperem, mas também se reconectem com suas próprias identidades e papéis sociais, promovendo uma mudança sustentável.