Esperança Garcia é reconhecida como advogada pela OAB-PI

  Data e Hora: 06/09/2017 09:09:07

Simbolizando a luta e resistência do povo e da mulher, Esperança Garcia recebeu, oficialmente, o título simbólico de primeira mulher advogada do Piauí durante solenidade no Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, na noite desta terça-feira (05). Promovido pela Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, o evento faz alusão ao Dia Estadual da Consciência Negra, comemorado em 06 de setembro.

Dirigentes da Ordem, representantes do poder público e dos movimentos sociais que lutam pela causa celebraram a concessão do título.

“Precisamos tratar do tema e da importância desse vulto histórico. Dessa mulher de coragem que foi a Esperança Garcia que em 1770, na incipiente Província do São José do Piauí, teve a coragem de escrever ao Governador uma carta para mostrar que era uma pessoa titular de direitos, que merecia atenção do Estado. Ela, que nem um minuto desacreditou que conseguiria, pelos meios jurídicos, resgatar a sua cidadania. Hoje é o primeiro passo para que nunca nós tenhamos violências como as que Esperança sofreu”, parabenizou o presidente da OAB-PI, Chico Lucas.

A presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra, Maria Sueli Rodrigues, frisou que o momento é o coroamento de um trabalho realizado pelas Comissões da Ordem e de todos os envolvidos. “Hoje damos visibilidade e rememoramos o pedido da Esperança Garcia, processo de fortalecimento das lutas e da organização dos movimentos. Que a gente viva esse momento e que Esperança Garcia seja o nosso verbo esperançar. Que ela nos conduza na esperança de tempos melhores e de lutas para fortalecimento do povo negro do nosso Estado e do nosso país”, disse.

O secretário de Cultura do Estado do Piauí, Fábio Novo, elogiou a iniciativa da OAB-PI, por meio da Comissão. “Para nós é uma satisfação enorme ter acesso ao dossiê e fazer parte da história da Esperança Garcia. Significa muito para nós, enquanto Secretaria, patrocinar parte da publicação desse documento, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura”, destacou o secretário, ao tempo em que falou do apoio à produção de um gibi e do documentário sobre a história da Esperança Garcia.

A senadora piauiense Regina Sousa ressaltou a importância do papel da Comissão da Verdade da Escravidão Negra e dos historiadores. “A Comissão tem que resgatar a verdade, tem que pesquisar para poder retratar a história para o nosso povo. Precisamos resgatar a história e as conquistas do papel da mulher no nosso país”, falou a senadora, elogiando a iniciativa da OAB Piauí em conceder o título a Esperança Garcia.

O evento contou ainda com a participação da vice-governadora do Estado, Margarete Coelho, que parabenizou a luta do povo negro na época do período colonial. “Simbolicamente o que acontece aqui é o desbravamento de um caminho arduamente trilhado para engrandecer um símbolo de resistência que, reflexo do silenciamento histórico da população negra, projeta a existência de uma mulher que se insurgiu perante as injustiças cometidas, não apenas por ela, mas também contra seus filhos, contra seu marido e suas companheiras”, proferiu.

Em seguida, representantes dos Movimentos Sociais e do Movimento Negro fizeram exposições sobre a importância da Esperança Garcia para os movimentos e para a sociedade piauiense. A mesa foi conduzida pela presidente da Comissão de Difusos e Coletivos da OAB-PI, Geysa Costa.

A segunda mesa foi marcada pela Conferência que abordou sobre “Esperança Garcia e a luta por Justiça pelo Direito”, com a participação do presidente da Comissão Nacional da Verdade e da Escravidão Negra, Humberto Adami. “Esta é uma solenidade repleta de significados para todo o canário nacional. Esse trabalho possui o caráter incentivador para outras Seccionais a buscarem seus heróis locais e que tragam a história do Brasil, que está no subterrâneo dos municípios do país”, destacou em sua fala o presidente Humberto Adami, que recebeu o certificado de reconhecimento da Esperança Garcia, por mérito da Comissão da Verdade e Escravidão Negra.

Também compuseram a Conferência a presidente da Comissão Maria Sueli, a conselheira seccional Ana Carolina Fortes, a vice-presidente e o integrante da Comissão da Verdade e Escravidão Negra, Andreia Marreiro e Mairton Celestino, respectivamente, e a professora e pesquisadora Francisca Nascimento.

Finalizando a cerimônia, os convidados descerraram a placa em reconhecimento a Esperança Garcia como Advogada pela OAB-PI, localizada na entrada da Sede da Seccional e prestigiaram uma apresentação artística, no hall da Instituição.

Estiveram presentes durante a solenidade: Élida Franklin, secretária adjunta da OAB-PI; Thiago Brandão, presidente da Associação dos Magistrados do Piauí; Geórgia Nunes, procuradora do município de Teresina; Vereador de Teresina Enzo Samuel; Reginaldo Furtado, ex-presidente da OAB-PI; Hildete Evangelista, defensora pública geral do Piauí; o promotor de Justiça Fernando Santos; Adriana Ferro, presidente da Comissão de Educação Jurídica da OAB-PI; e Karen Rocha Lemos Cavalcante, representante da Secretaria de Cidadania e Assistência Social e Políticas Integradas.


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