Divina Oeiras: a primeira capital do Piauí encanta participantes do I Congresso Internacional de Direitos Culturais por seu patrimônio histórico

Conhecida como a capital da fé, Oeiras atrai centenas de pessoas a cada festividade religiosa e histórica. Este ano, o I Congresso Internacional de Direitos Culturais atraiu aproximadamente mil pessoas, entre acadêmicos, pesquisadores e entusiastas da cultura, durante os dois dias de evento. Finalizado neste domingo, 29, o Congresso promoveu no último dia, um circuito turístico com autores do cenário cultural e jurídico do país e do Estado.

O coordenador do evento, o Conselheiro Federal e presidente da Comissão de Direito à Educação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Thiago Carcará, ressaltou a importância de conhecer de perto cada ponto turístico e o valor histórico que a cidade expira e inspira. “Oeiras é um polo do patrimônio histórico do nosso Estado. E estamos felizes em compartilhar com tantos instrumentos e representantes na realização deste Congresso que hoje contemplam a riqueza que esta cidade possui”.

Durante o circuito turístico pela cidade, a professora, mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Culturais (CNPq/Unifor), Cecília Nunes Rabelo, destacou que o I Congresso Internacional de Direitos Culturais em Oeiras foi um encontro inesquecível e espetacular. “O Dr. Thiago Carcará foi muito feliz com a ideia de fazer um evento numa cidade que é patrimônio histórico do país, como esta no interior do Estado. Fiquei impressionada como o evento foi lotado todos os dias. Houve participação massiva da população daqui e de municípios circunvizinhos”.

Cecília Nunes ainda destacou que o pretende voltar novamente ao Congresso. “Espero participar deste evento novamente, sugiro até que seja em São Raimundo Nonato ou aqui de novo. Porque foi muito bom vir ao Piauí e conhecer a riqueza do interior do Estado”, declarou.

Apesar de não ser a primeira vez que vem ao Piauí, o professor e doutor em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Rodrigo Vieira, contou que ficou muito contente em participar da magnitude de um evento como este e de conhecer de perto as riquezas de Oeiras. “Eu sequer fazia ideia do tamanho da riqueza do patrimônio histórico de Oeiras. Fiquei maravilhado com a cidade. Oeiras tem uma riqueza incrível e eventos como este só valorizam mais ainda a cultura do interior do Nordeste”, afirmou.

Ainda segundo Vieira, o evento foi oportuno para descentralizar atividades realizadas apenas em capitais. “Um Congresso como este difunde noções sobre patrimônio cultural para todos. E enaltece a nossa capacidade criativa e inventiva de quem realmente somos”, acrescentou.

Após ouvir os elogios a respeito da cidade, a historiada Mariana Carvalho, que também é guia turística há dez anos, afirmou que o feedback das pessoas sobre Oeiras é muito importante para o reconhecimento do patrimônio do município. “O mais gratificante é conhecer, valorizar e se entender como ser participante deste lugar de memória. Oeiras é cheia de histórias e curiosidades em cada canto. E fico muito satisfeita em ver pessoas fascinadas e encantadas com o que temos”.

Marcos históricos

Oeiras teve origem numa capela fundada em 1695, dedicada a Nossa Senhora da Vitória. O povoado foi elevado à vila e sede de conselho em 1712. Tornou-se capital do Piauí em 1759, sendo elevada a município em 1761. E foi capital até 1851, quando a sede do Governo Estadual foi transferida para Teresina. Além disso, no dia 26 de janeiro de 2012, o Centro Histórico de Oeiras foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como Patrimônio Cultural do Brasil..
Por causa de suas peculiaridades e tradições seculares, Oeiras é referência em todo o Estado. Além disso, os pontos turísticos do município e as manifestações religiosas são os seus principais atrativos. Confira abaixo alguns dos principais espaços históricos e culturais:

A Catedral de Nossa Senhora da Vitória está entre os pontos mais marcantes e visitados. Com fortes traços da arte e arquitetura barrocas, a Catedral é uma das igrejas mais antigas do Estado, tendo sido inaugurada em 1733. Além da Catedral, os casarões, o Palácio Episcopal e o Monumento à Nossa Senhora da Vitória revelam um município com uma grande riqueza histórica e religiosa. A igreja foi tombada em 1940 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). E é o cenário das principais manifestações da religiosidade, presentes na cultura da cidade.

Casa de Câmara e Cadeia - O sobrado mais antigo do Piauí. Foi construído no governo de Carlos César Bulamarqui, quando de sua estada no governo da província no século XIX. Durante muitos anos foi residência do Coronel João Batista Ferraz. No período de 1956 a 1996 foi sede do Círculo Operário Oeirense. Atualmente, funciona a Prefeitura Municipal de Oeiras.

Museu de Arte Sacra – O prédio foi construído no século XIX para ser morada do Capitão-Mor João Nepomuceno Castelo Branco. Foi residência dos governadores da província, grupo escolar e residência episcopal da década 1950 até 1976. Desde 1983 tornou-se sede do Museu de Arte Sacra.

Morro do Leme – Mirante natural, que serviu durante o período colonial como referência para os visitantes que chegavam à primeira capital. Na década de 80, foi construída em seu topo, uma imagem de 15 metros de Nossa Senhora da Vitória. O monumento é uma homenagem à padroeira da cidade.

Passos da Paixão - Capelas em número de cinco espalhadas pelo Centro Histórico. Estão na planta da cidade desde 1809 e compõem o cenário da via crucis do Bom Jesus.

Galeria do Divino – Localizada na Praça das Vitórias, a Galeria reúne obras de vários artistas piauienses e nacionais com releituras e impressões sobre a Festa do Divino de Oeiras.

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